O Jipe Branco

30.7.06

 

para averiguar o grau de seu amor

Meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor meu amor
meu amor

13.7.06

 
O querer aquieta-se e nada anseia. Eu não vou dizer do fogo. A coragem de dizer as palavras proibídas.
Sim, a coragem de dizer a verdade - veja mãe, a coragem.
Somos fracos, eu me denuncio, somos fracos. O querer nada anseia, que é o mesmo que dizer
eu estou aqui, é certo

mas do meu peito brotam flores.


É tudo.


 
.
.
.
.
.
Meu humor não varia, estou sempre alegre, embora quem me conheça diga que tenho aparência de um triste. Sou tímido: não tenho força para chamar o garção, me atrapalho
quando falo pelo telefone, não furo fila, tenho medo de magoar as pessoas.
.
.
.

 
.
.
..
.
..
eu sou um caranguejo de duas bocas: uma inimiga da outra.
.
.
.
.
.

10.7.06

 

Um, dois, três, quatro

cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, parto rumo à madrugada, de trouxa bem aviada. Parto rumo ao desconsolo que é o teu lenço caído no chão.
E não é em jeito de pista, não. Nem são tuas as iniciais que lá vão bordadas - são as minhas. Foi o único lenço que guardei do largo espólio de enxoval que deixou o Tio Benito.
Guardei porque achei bonito e na altura isso bastou. Assim que me recorde, não me lembro sequer que o Tio Benito usasse lenço de assoar. Talvez a minha memória infantil não faça qualquer associação viável entre o bonito lenço azul claro bordilhado a vermelho e as grandes mãos sapudas do Tio Benito.
o Bonito Lenço Azul Claro Bordilhado a Vermelho com as iniciais que, quis o destino, são as minhas.
O bonito lenço e o pequeno e venoso nariz do Tio Benito. Benito, Bum-Bum, como ouvi o chauffeur gracejar uma vez nas traseiras.
Eu sempre soube que as coisas não se oferecem. Que o simples e querido gesto de oferecer as anula enquanto coisas sentadas no alto da sua importância. Isto ensinou-me o Querido Tio e a herança que não me deixou, à parte do grande enxoval, que as criadas não devem ter querido talvez pela trabalheira que levam a engomar todas aquelas rendas. Fosse como fosse, eu também não o quis exceptuando, claro, o dito lenço.

Considerando hoje a frio, penso que o impulso de tal generosidade junto de ti, foi despoletado pela aparição da tua figura física - A tua nuca, cujo cheiro ainda juro conservar num outro lenço, que arranjei de substituição... A tua nunca que passei a idolatrar, formou lentamente em mim a secreta e inabalável crença de que no gesto de Doar, o valor recebido é inteiramente, quando não superior, ao valor (nota a mim próprio: valor rima com dor), ao valor que é, de graça dado.
Nuca feia e mentirosa.

A caminho dos portões, o lenço bonito que te ofereci desenha contra o verde escuro do chão o perfeito quadrado da desolação. Desolação Azul-Clara Bordilhada a Vermelho. É por esse quadrado que vou entrar, chão adentro, para meditar sobre a economia do gesto ou sobre a eficácia de uma outra coisa qualquer.

2.7.06

 
autoretrato do artista enquanto aqui
.

.

.

.

.
.
perdu...........................perdu........................disparu

.

c c c


Archives

luglio 2005   agosto 2005   settembre 2005   ottobre 2005   novembre 2005   dicembre 2005   gennaio 2006   febbraio 2006   marzo 2006   aprile 2006   maggio 2006   giugno 2006   luglio 2006   settembre 2006   ottobre 2006   novembre 2006   dicembre 2006   marzo 2007   maggio 2007   settembre 2008   novembre 2008   febbraio 2009  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?